Segue matéria publicada no boletim eletrônico SBE NotÃcias nº41 de 11/02/2007 – disponÃvel em:
http://www.sbe.com.br/sbenoticias/SBENoticias_041.pdf
ESPELEÓLOGOS DOAM SANGUE DURANTE O 16º EPELEO PARA PESQUISA SOBRE HISTOPLASMOSE – Por Marcelo Augusto Rasteiro (SBE 1089)
A pesquisadora Daniela Tomochigue dos Anjos, da Universidade Metodista de São Paulo, vai coletar sangue de espeleólogos para estudo sobre a incidência de Histoplasmose.
A coleta será realizada durante o 16º Encontro Paulista de Espeleologia em Apiaà SP, quando a pesquisadora vai apresentar uma palestra sobre a doença e convidar os espeleólogos a contribuÃrem com sua pesquisa doando sangue para análise. Os resultados do exame serão enviados individualmente para cada doador.
A oportunidade é vantajosa para todos, já que os espeleólogos poderão fazer gratuitamente o exame para saber se contraÃram a doença e a pesquisadora terá mais dados para sua pesquisa.
A HISTOPLASMOSE
A doença é uma micose pulmonar causada pela inalação dos esporos do fungo Histoplasma capsulatum, que geralmente se desenvolve em fezes de aves como pombos e galinhas e também no guano (fezes de morcego). Daà a possibilidade de maior incidência da doença em espeleólogos, monitores ambientais, granjeiros e trabalhadores de construção ou demolição.
A Histoplasmose não é contagiosa, ou seja, o contato com pessoas e animais infectados não transmite a micose. A transmissão é feita pela inalação dos esporos do fungo que se alojam e se desenvolvem no pulmão.
Em cavernas, a transmissão pode ser facilitada quando se caminha pelo solo seco e contaminado, fazendo com que os esporos fiquem em suspensão e facilitando que sejam inalados. Mais problemático ainda é a escavação destes ambientes em pesquisas arqueológicas ou paleontológicas, maximizando a possibilidade de inalação. Nestes casos, faz-se necessário o uso de máscaras.
DifÃcilmente a doença é corretamente diagnosticada, já que pode ser assintomática ou ter sintomas parecidos com de outras enfermidades, dependendo do sistema imunológico de cada indivÃduo. Algumas vezes a manifestação da doença se dá depois de muito tempo do contato com o fungo e pelos sintomas pode ser confundida com gripe ou pneumonia, recebendo o tratamento com antibióticos comuns.
A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
Além da dificuldade de dignóstico correto da doença e portanto a falta de dados consistentes sobre o número de infectados, um estudo realizado em 1988 na região, utilizado testes de reação intradérmica, obteve 52% de positividade, indicando a possibilidade de endemia.
Daà a importância da participação de todos nesta nova pesquisa que está utilizando métodos mais seguros de identifica ção da doença e vai gerar dados imprescindÃveis para polÃticas de saúde pública.